Perdoar deve ser um exercício permanente e um esforço constante da criatura humana, contudo, não significa esquecer o que ocorreu. A memória registra
todos os fatos que ferem a alma ainda imperfeita. Perdoar não é esquecer a ofensa, mas sim, livrar-se da mágoa gerada por esta. Na oração universal que Jesus nos ensinou, Ele foi categórico: “[…] perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu”. É uma afirmativa muito séria para ser dirigida a Deus pelo crente, se na verdade a mágoa persiste e Deus sabe disso. Melhor será dizer “nos ensina, Senhor, a perdoar aos que nos ofenderam”. É por isso que nem todos os dias ou todas as horas estamos aptos a orar o Pai Nosso na íntegra, com sentimento sincero e em seu verdadeiro sentido e significado. A carta de Paulo aos Colossenses 3:13 também faz a mesma recomendação exarada em o Pai Nosso.
Quando Jesus recomendou a Pedro perdoar não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete, nos ensinava quão grande é o valor do perdão. Importa que não desejemos mal ao ofensor, que oremos por ele e que o ajudemos quando for o caso, e isso é perdoar. (Mateus 18:21-22 e Marcos 11:25-26, Lucas 17: 3-4).
Quando Ele nos advertiu para amarmos os nossos inimigos e fazermos o bem aqueles que nos odeiam, nos deu prova disso em toda a sua trajetória na Terra. Sobre o amor aos inimigos, nos esclarecem os benfeitores que Ele não espera ainda que amemos os inimigos como aos amigos, mas que não desenvolvamos por aqueles, nenhum sentimento de vingança.
A ausência do perdão deixa marcas sombrias em nosso íntimo, e se não extintas enquanto estivermos encarnados, poderão resultar em doenças emocionais e físicas ou mais tarde em obsessões futuras. (Mateus 5: 25-26).
O ofensor contumaz está doente e doentes precisam de remédio? Não foi isso que Jesus nos ensinou? Eu não vim para os sãos, mas para os doentes. (Marcos 2:17).