Pelo que sabemos não há cartas de Cristo. Jesus não deixou nada escrito. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João nos descrevem a vida de Jesus através dos quatro evangelhos que constituem O Novo Testamento da Bíblia.
Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @estudo_le_febtv, referente à série apresentada por Carlos Campetti e Chirstiane Drux “Estudando O Livro dos Espíritos”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.
Pelo que sabemos não há cartas de Cristo. Jesus não deixou nada escrito. Os evangelistas Mateus, Marcos, Lucas e João nos descrevem a vida de Jesus através dos quatro evangelhos que constituem O Novo Testamento da Bíblia.
Kardec trata o tema em “O Livro dos Espíritos” nas questões 50 e 51 sob o título “Povoamento da Terra. Adão” e na dissertação do item 59 (Considerações e concordâncias bíblicas concernentes à Criação) e também no livro “A Gênese, os Milagres e as Predições, segundo o Espiritismo.” Na questão 50 ele indaga: “A espécie humana começou por um único homem?” e os Espíritos respondem: “Não. Aquele a quem chamais Adão não foi o primeiro, nem o único a povoar a Terra. O assunto é aprofundado no item 59 da mesma obra. De tais leituras depreende-se que os textos bíblicos são alegóricos e simbólicos. Têm o seu valor se apreciados dessa forma, não como verdades literais e incontestes, mas sim como manancial de verdades transcendentes que foram transmitidas em consonância com a capacidade de entendimento e absorção da humanidade de então, por isso o símbolo, por isso a alegoria. Conforme avançamos temos necessidade de uma luz mais viva e de explicações e informações consentâneas com uma razão mais acendrada e com o que a ciência desvela pouco a pouco.
Com certeza, Jesus sabia o que a Humanidade não conseguiria seguir suas orientações e se desviaria por causa dos interesses pessoais, egoísmo e orgulho. Por isso consolou os discípulos para que não se sentissem sós ou abandonados, pois o Consolador estaria com eles e viria a estar de forma definitiva com a humanidade no futuro.
Jesus falava ao Espírito imortal, por meio de linguagem figurada, daí o símbolo do pão e do vinho na última ceia com seus apóstolos, que derivou para o ritual da tradição católica. Em Mateus 26: 26-29, Bíblia de Jerusalém (notas ‘e’ e ‘f’), comenta-se sobre essa representação da “aliança” de Iahweh com seu povo, conforme ocorrera no Sinai (AT); e em Paulo I Cor 11:25-26 o comentário sobre a “nova” aliança de Deus com os homens que é espiritual, acima de todos os rituais e simbologias, pois trata da essência da relação dos filhos com o Pai. Jesus apresentou um, entre muitos outros, exemplos práticos do “Amai-vos uns aos outros como vos tenho amado”.
Não há concordância entre os autores. Alguns afirmam que o primeiro registro foi o de Mateus, chamado primitivo e que teria se perdido. Outros dizem que o primeiro foi o de Marcos. Se supõe que os primeiros textos surgiram por volta do ano 60 d.C. O Evangelho Redivivo, Livro I, item 4.5, p. 123, informa: “os registros dos ensinamentos do Cristo foram escritos em diferentes períodos, caracterizando-se não apenas os quatro Evangelhos, propriamente ditos, mas todos os demais livros do Novo Testamento”. E sobre a redação dos textos definitivos, Emmanuel, em A Caminho da Luz, capítulo 14, item 14.3 esclarece: “Nesse tempo, quando a guerra formidável da crítica procurava minar o edifício da nova Doutrina, os mensageiros do Cristo presidem a redação dos textos definitivos com vistas ao futuro, não somente junto aos apóstolos e seus discípulos, mas igualmente junto aos núcleos das tradições”. E conclui com uma reflexão singular que deve ocupar os nossos dias: “Todavia a autoridade literária não poderá apresentar equação matemática do assunto. É que, portas adentro do coração, só a essência deve prevalecer para as almas e, em se tratando das conquistas sublimadas da fé, a intuição tem de marchar à frente da razão, preludiando generosos e definitivos conhecimentos”. Fontes: https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/06/Daniel-Dunglas-Home.pdf; Revista Espírita de fevereiro de 1858 e de setembro de 1863.
A didática, entendida como a arte de transmitir ou ensinar, vem evoluindo com o desenvolver da própria sociedade. A Bíblia Cristã passou por várias traduções ao longo da história. Não sofreu atualização. O que varia é a capacidade de interpretação ao longo do tempo, baseada em crenças religiosas, em descobertas históricas, em novas descobertas da ciência. O Espiritismo veio oferecer elementos fundamentais que permitem uma interpretação mais objetiva, escoimada de dogmas e preconceitos, promovendo um entendimento mais lúcido, especialmente da mensagem de Jesus. Por isso, o que importa ao espírita é o estudo do Evangelho à luz da Doutrina Espírita para extrair o espírito da letra, ou seja, desvendar os verdadeiros ensinos transmitidos por Jesus. Como informa Allan Kardec “[…] O Espiritismo é a chave com o auxílio da qual tudo se explica com facilidade.” (Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo I, item 5).
O conhecimento da história das religiões é importante para entendermos a busca incessante do homem da conexão com o Criador, saga que vem referenciada desde os tempos mais remotos nos primeiros livros como o Bhagavad Gita, os Upanishads, o Livro Egípcio dos Mortos entre outros. O Espírito Emmanuel amplia a ideia, no capítulo 9 de A Caminho da Luz: “No Manava-Darma, encontramos a lição do Cristo; na China encontramos Fo-Hi, Lao-Tsé, Confúcio; nas crenças do Tibete, está a personalidade de Buda e no Pentateuco encontramos Moisés; no Alcorão vemos Maomé. Cada raça recebeu os seus instrutores, como se fosse Ele [Jesus] mesmo, chegando das resplandecências de sua glória divina”. Portanto, conhecer os livros sagrados, como os do Judaismo (Torah) e do Islamismo (Alcorão) é deveras interessante para contextualizar o conhecimento no tempo e no espaço. Ambas são consideradas religiões reveladas e guardam semelhanças e diferenças entre si. (Mais informações em O Evangelho Redivivo, livro I, tema 5, item 5.3). Na Bíblia que conta com diversas traduções, vamos encontrar o Antigo Testamento, que traz fatos históricos de um povo na busca dessa relação com a divindade, bem como as revelações, seja por inspiração ou outras faculdades mediúnicas, sempre presentes na vida dos homens em todas as épocas. Faz parte também da Bíblia O Novo Testamento, contendo 27 livros, que o Programa O Evangelho Redivivo, da Federação Espírita Brasileira, se propõe a estudar à luz do Espiritismo. Como afirma Emmanuel, “O Velho Testamento é a revelação da Lei, é o divino encontro dos filhos da Terra com seu Pai em procura torturante. Já o Novo Testamento é a revelação do amor, pois, com Cristo se estabeleceu o caminho após essa procura. O primeiro consubstancia elevadas experiências dos homens de Deus, que procuravam a visão verdadeira do Pai e de sua Casa de infinitas maravilhas. O segundo representa a mensagem de Deus a todos os que O buscam no caminho do mundo”. (Coletânea do Além, por diversos Espíritos. 3ª edição, SP, 2001. F.C. Xavier). E é o próprio Emmanuel que arremata em A Caminho da Luz: “O Espiritismo na sua missão de Consolador é o amparo do mundo neste século de declives de sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo Redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos”. Para finalizar, sugerimos a leitura da questão 628, de O Livro dos Espíritos.
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