Perguntas e Respostas

Colônias Espirituais

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @estudo_le_febtv, referente à série apresentada por Carlos Campetti e Chirstiane Drux “Estudando O Livro dos Espíritos”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Sim. Não obstante os termos não sejam os mesmos, as ideias são similares. Senão vejamos: o Espírito Voltaire (que fora filósofo materialista enquanto encarnado) deu uma comunicação, em um diálogo registrado pelo magistrado estadunidense John Worth Edmonds (1816-1874) e que Allan Kardec reproduz na Revista espírita de Setembro de 1859, em artigo intitulado “Confissão de Voltaire” no qual há o seguinte: “Como já disse, eu debochava de tudo, e foi lançando um desafio que abordei o mundo espírita. Inicialmente fui levado para longe das moradas dos Espíritos e percorri o espaço
incomensurável. Em seguida foi-me permitido lançar os olhos sobre as maravilhosas construções que serviam de habitação aos Espíritos (…)” [com grifos nossos]. É, portanto a mesma ideia de colônias. Sobre algo que bem se poderia entender como o umbral descrito por André Luiz, lembrando que tal palavra significa tão somente portal, achamos em A gênese (capítulo XIV item 9, ao final do primeiro parágrafo) o seguinte: “Esses Espíritos, cujo número é considerável, permanecem na superfície da Terra, como os encarnados, julgando-se entregues às suas ocupações terrenas. Outros, um pouco mais
desmaterializados, não o são, contudo, suficientemente, para se elevarem acima das regiões terrestres”. [grifos nossos]. Tais regiões, por ainda estarem muito vinculadas à Terra, seriam os pórticos do mundo espiritual para Espíritos não tão desmaterializados a ponto de irem onde queiram por ação de uma vontade consciente e bem dirigida. O sofrimento que experimentam, eles julgam ser eterno, e é isso que constitui, para eles, um verdadeiro “inferno”. Vejamos por exemplo a comunicação de um Espírito (Max, o mendigo) que Allan Kardec registra em O céu e o inferno (capítulo VIII, segunda parte):
“Ah! E como é terrível a maldição dos que prejudicamos! Pois essa maldição não deixou de ressoar-me aos ouvidos durante longos anos que me pareceram uma eternidade. Depois, por morte de cada uma das vítimas, era um novo espectro ameaçador ou sarcástico que se erguia diante de mim, a perseguir-me sem tréguas, sem que eu pudesse encontrar um vão esconso onde me furtasse às suas vistas! Nem um olhar amigo! Os antigos companheiros de devassidão, infelizes como eu, fugiram, parecendo dizer-me desdenhosos: “Tu não podes mais custear os nossos prazeres.” Oh! Então,
quanto daria eu por um instante de repouso, por um copo d ́água para saciar a sede ardente que me devorava! Entretanto eu nada mais possuía, e todo o ouro a jorros derramado sobre a Terra não produzia uma só bênção, uma só que fosse… ouviste, minha filha?! Cansado por fim, opresso, qual viajor que não lobriga o termo da jornada, exclamei: “Meu Deus, tende compaixão de mim! Quando terminará esta situação horrível?” Então uma voz — primeira que ouvi depois de haver deixado a Terra — disse: “Quando quiseres”. Analisando o que descreve André Luiz com o nome de umbral e comparando com o relato acima, constataremos incontestável similitude.