Perguntas e Respostas

Deus

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @estudo_le_febtv, referente à série apresentada por Carlos Campetti e Chirstiane Drux “Estudando O Livro dos Espíritos”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Está correta a sua colocação. Jesus foi criado como todos nós. Mas é preciso lembrar que como Deus cria de toda a eternidade não somos criados todos
ao mesmo instante. Jesus foi criado muito antes do nosso sistema planetário sola que tem apenas cerca de 4,6 bilhões de anos. Por revelação dos Espíritos superiores Jesus como Espírito já puro ou angelical participou da criação do nosso sistema planetário e nós ainda não existíamos, fomos criados muito depois.

Deus, na definição/concepção do Espiritismo é “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. É mais que um nome, ou um título. É um conceito. Para os Hebreus o nome é mais do que um mero título distintivo; representa a concepção hebraica da natureza ou carácter e da relação divina de Deus com o Seu povo. Dos nomes de Deus no Antigo Testamento, o que ocorre com mais frequência (6.823 vezes) é o chamado Tetragrama, YHWH, o nome pessoal distintivo do Deus de Israel. Desde a Antiguidade, os povos cultivavam o culto aos vários deuses. No tempo de Jesus, o único povo que respeitava um único Deus era o Judeu. Os gregos, os romanos, os chamados bárbaros – hoje alemães – e todos os demais tinham seus deuses específicos com características humanas. Foi só depois de Jesus que a ideia do Deus único se espalhou pelos demais povos.

Como bom pedagogo, ao escrever seus livros para o grande público, Allan Kardec discutiu com os espíritos muitos tópicos da filosofia antiga e de sua época. A discussão em torno de Panteísmo e outras questões surge para que se raciocine com conhecimento de causa e deixa claro que o Espiritismo não é panteísta, Na Revista Espírita de outubro de 1863, encontramos uma dissertação do Espírito Lázaro que preconiza: “O panteísmo tem duas faces, sob as quais convém estudá-lo. Primeiro, a separação infinita da natureza divina, dividida em todas as partes da criação e se reencontrando nos mais ínfimos detalhes, assim como na sua magnificência, isto é, uma confusão flagrante entre a obra e o obreiro”.

É preciso compreender que o Big Bang é uma teoria (dentre outras tantas, não há somente ela!) que se propõe explicar a origem do Universo. E como tal poderá ainda ser substituída por outra melhor. Atualmente ela é hegemônica. Há, contudo, cientistas que afirmam que ela não está convenientemente formulada. Citaria, entre esses cientistas, o físico atômico alemão Hans-Peter Dürr (1929-2014) e um outro em artigo que pode ser visto no link https://www.google.com.br/amp/s/www.bbc.com/portuguese/geral-56909935.amp (acessado em 11/05/2021). Mas ainda que o universo tenha de fato surgido com o Big Bang, os Espíritos desvelam que Deus é a causa primeira, o incriado. Tudo o mais é criação. Nesse sentido, Deus é o que é, antes e após o Big Bang. O Big Bang não afeta em nada Deus porque Deus não está sujeito às contingências da criação. Ele é o criador. Pode-se aditar ainda que, em O Livro dos Espíritos, questão 10, os Espíritos afirmam que o homem não pode compreender a natureza íntima de Deus porque lhe falta o sentido para isso e, na questão 18, que o véu se desvela à medida que nos depuramos. E ainda, na questão 19: há limites fixados por Deus para a ciência humana. Portanto depreende-se que ainda estamos longe de saber tudo, e mais que isso, de poder compreender certas coisas.