De fato, o avanço moral nem sempre acompanha o avanço intelectual. É muito comum mesmo que a inteligência se desenvolva sobremaneira, enquanto as virtudes oriundas de uma moral elevada não. Mormente porque tornar a vida material mais amena, confortável e livre de intempéries depende (dentro da visão materialista hegemônica) sobretudo do desenvolvimento das faculdades intelectuais que impulsionam, dentre outras coisas, a ciência. Temos ainda, enquanto coletividade humana, dificuldades de conectar dores e dissabores que experimentamos, individual e coletivamente, a vícios morais que ainda carregamos, e
reconhecermos aqueles como consequências destes. Até por uma noção incipiente (ou inexistente) de como atua a lei de causa e efeito. Dizem os Espíritos em resposta à questão 780 de “O Livro dos Espíritos” que o progresso moral é consequência do progresso intelectual, embora nem sempre o siga imediatamente. E conforme Kardec coloca no Evangelho (Capítulo XVI, item 7) “essa inteligência, que ele [o homem] coloca primeiro na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais”. Desse modo, a necessidade material propele ao avanço da inteligência, e esta propele ao avanço moral, embora não imediatamente. Todos devemos estar atentos às nossas próprias atitudes. Sendo que nenhum de nós é perfeito devemos nos vigiar como nos recomendou Jesus. A mensagem nº 116 do livro Fonte Viva – Emmanuel por Chico Xavier, intitulada: Ir e Ensinar nos convida a uma reflexão profunda sobre isso. E em “Palavras de Emmanuel” ele nos adverte dizendo: “O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindolhe a Divina Vontade”.