Perguntas e Respostas

Evolução

Perguntas elaboradas pelos participantes do grupo Telegram @estudo_le_febtv, referente à série apresentada por Carlos Campetti e Chirstiane Drux “Estudando O Livro dos Espíritos”, canal da FEBtv no YouTube, e respondidas por uma equipe de estudiosos do tema.

Não há exigência para que todos evoluam ao mesmo tempo. Cada um segundo o seu tempo. Cada um vive as consequências de suas decisões e atos bons ou equivocados. Segundo a questão 115.a de O Livro dos Espíritos, os rebeldes evoluem mais lentamente que os dóceis. (febnet.org.br/wpcontent/uploads/2018/11/2012-Novas-conquistas-aproximam-a-ciência-dareligião.pdf)

Sugerimos a leitura do capítulo III, Livro I, de O Livro dos Espíritos (Allan Kardec), que trata o tema da “Criação”, nas questões 43 a 49 sobre a formação dos seres vivos. Assim como as lições de Léon Dennis ao afirmar que “na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se, e torna-se consciente”, na obra O Problema do Ser do Destino e da Dor, capítulo 9. O Espírito André Luiz também traz ensinamentos a esse respeito no capítulo 3, do livro Evolução em Dois Mundos. Como se pode observar, pela complexidade do assunto, há muito a estudar na própria Codificação Doutrinária Espírita e obra suplementar.

Desconhecemos a origem e o modo de criação dos Espíritos; apenas sabemos que eles são criados simples e ignorantes, isto é, sem ciência e sem conhecimento, porém perfectíveis e com igual aptidão para tudo adquirirem e tudo conhecerem. O princípio das coisas está nos segredos de Deus. Sugerimos a leitura de duas obras: 1- O Livro dos Espíritos, Questão 49; 2- Evolução anímica, de Gabriel Delanne.

De fato, o Espírito não retrograda. Uma vez conquistado um patamar evolutivo não há retrocesso. Por isso, ao apreciarmos a conduta de alguém (e de nós mesmos) devemos levar em consideração pelo menos dois fatores que limitam a nossa avaliação: (1) não abarcamos toda a história espiritual das pessoas e seus antecedentes. (2) se alguém (e nós mesmos) falha em algo que já não deveria mais falhar, é porque de fato o avanço não se deu, não foi consolidado. Em face dos fatores (1) e (2) acima, concluímos que nossos julgamentos acerca dos outros são frequentemente bem falhos.

De fato, o avanço moral nem sempre acompanha o avanço intelectual. É muito comum mesmo que a inteligência se desenvolva sobremaneira, enquanto as virtudes oriundas de uma moral elevada não. Mormente porque tornar a vida material mais amena, confortável e livre de intempéries depende (dentro da visão materialista hegemônica) sobretudo do desenvolvimento das faculdades intelectuais que impulsionam, dentre outras coisas, a ciência. Temos ainda, enquanto coletividade humana, dificuldades de conectar dores e dissabores que experimentamos, individual e coletivamente, a vícios morais que ainda carregamos, e
reconhecermos aqueles como consequências destes. Até por uma noção incipiente (ou inexistente) de como atua a lei de causa e efeito. Dizem os Espíritos em resposta à questão 780 de “O Livro dos Espíritos” que o progresso moral é consequência do progresso intelectual, embora nem sempre o siga imediatamente. E conforme Kardec coloca no Evangelho (Capítulo XVI, item 7) “essa inteligência, que ele [o homem] coloca primeiro na satisfação das necessidades materiais, o ajudará mais tarde a compreender as grandes verdades morais”. Desse modo, a necessidade material propele ao avanço da inteligência, e esta propele ao avanço moral, embora não imediatamente. Todos devemos estar atentos às nossas próprias atitudes. Sendo que nenhum de nós é perfeito devemos nos vigiar como nos recomendou Jesus. A mensagem nº 116 do livro Fonte Viva – Emmanuel por Chico Xavier, intitulada: Ir e Ensinar nos convida a uma reflexão profunda sobre isso. E em “Palavras de Emmanuel” ele nos adverte dizendo: “O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindolhe a Divina Vontade”.

As questões 191 e 192 de O livro dos Espíritos aclaram essa indagação. Há certa relatividade na afirmação, pois em nosso mundo, como informam os Espíritos. Múltiplos são os graus de desenvolvimento e que, entre esses graus, pode mediar a distância que vai, entre nós, do selvagem ao homem civilizado. A vida do Espírito, em seu conjunto, apresenta as mesmas fases que observamos na vida corporal. Ele passa gradualmente do estado de embrião ao de infância, para chegar, percorrendo sucessivos períodos, ao de adulto, que é o da perfeição, com a diferença de que para o Espírito não há declínio, nem decrepitude, como na vida corporal.Pode ocorrer de Espíritos que já reencarnaram no que são consideradas sociedades civilizadas vir a reencarnar entre os indígenas por necessidade própria de experiências ou por oportunidade de auxiliar, o que não representa retrocesso evolutivo, pois o que o Espírito adquiriu em aquisição intelecto-moral já não se perde mais.

Sim, é possível que isso aconteça, porque nos mundos de regeneração, que servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes, os Espíritos que nele habitam não estão completamente depurados, sendo, portanto, falíveis. Sobre isso, esclarece o Espírito Santo Agostinho, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 3, item 18: “Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.” (Ed. FEB, Trad. Guillon Ribeiro).